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sábado, 9 de março de 2019

Devo ser dizimista?

         Este questionamento tem crescido vertical e horizontalmente com o avanço dos estudos teológicos, a melhoria na compreensão das Escrituras e a agilidade na informação.
         
         Geralmente se pergunta isto por causa do texto de Malaquias que diz que os que não dão os dízimos estão "roubando a Deus". (Ml. 3:8-11) 

         Com um texto como este, lido de forma irresponsável, todo e qualquer cristão, que tem o desejo de agradar a Deus e de fugir do pecado, se tornará dizimista, quase sempre pelo medo de desagradar a Deus; a questão é: SERIA ESTE MEDO UM SENTIMENTO CRISTÃO?

         "no amor não existe receio; antes o perfeito amor lança fora todo medo.
          Ora, o medo pressupões punição, e aquele que o tem não está aperfeiçoado em amor." (1Jo. 4:18)

         Não que este texto tenha ligação sermônica ou contextual, mas o utilizo para ilustrar que um crente que sente pavor ao pensar na possibilidade de ser lançado no inferno por causa do não pagamento de um dízimo, fatalmente não está aperfeiçoado no amor de Deus, pois "Deus é Amor" (1 Jo. 4:8)
          
         A primeira coisa que devemos analisar é o contexto sócio-religioso de Israel, em especial na época de Malaquias; os trabalhadores do templo, sacerdotes e levitas, estavam passando privação por causa da escusa do povo judeu em dar-lhes os dízimos a que tinham direito, consequentemente o serviço sagrado era prejudicado. então o profeta usado por Deus os repreende e fá-los entender que ao roubarem o que era direito dos sacerdotes e levitas segundo a Lei, estavam roubando ao próprio Deus, à semelhança disto, quando Saulo perseguia a igreja de Cristo, perseguia o próprio Cristo.

        A origem dos dízimos remonta a um tempo em muito distante ao do próprio Moisés e ainda mais ao dos judeus de 430aC.; esta forma de contribuição é registrada na bíblia pela primeira vez quando Abraão, o patriarca da fé, deu a Melquisedeque, rei de Salém e Sacerdote do Deus Altíssimo, os dízimos dos despojos de guerra; a questão aqui, não é o fato de Abraão tê-lo feito, pois ao que parece, era um ato comum, mas a motivação que Abraão tivera para o fazer; é muito importante entender que ao dar os dízimos a Melquisedeque, Abraão reconhecia ali sua autoridade sacerdotal pela palavra de benção que o mesmo enunciou:

 "Bendito seja Abraão pelo Deus Altíssimo, possuidor do céu e da terra, e bendito seja o Deus Altíssimo que entregou os teus inimigos nas tuas mãos" (Gn. 14:19,20); 

        Após ser abençoado, Abraão deu a Melquisedeque os dízimos dos despojos (Gn 14:20 cf. Hb. 7:4)

       Consideremos que não estamos no mesmo contexto sócio-religioso, e nem mesmo debaixo da mesma Lei que regia o povo judeu, mas sob uma nova dispensação, em uma nova Aliança, aliança esta que em nenhum texto neo-testamentário se ensina indubitavelmente como ordenança a doação de dízimos, mas enfatiza o amor cristão e a fidelidade ao Deus Altíssimo.

       Consideremos ainda que Abraão também não estava sob a Lei, visto que a Lei só veio 430 anos depois de Abraão (Gl. 3:17); além de não haver um sistema sacerdotal entre os hebreus; ainda assim Abraão reconheceu a autoridade sacerdotal de Melquisedeque.

       Prefiro não fundamentar doutrinas e costumes em tipos, por isso, mesmo sabendo que a personagem Melquisedeque é o mais emblemático tipo de Cristo, e que este seria um excelente argumento para colocar como que Abraão reconhecendo a autoridade de Melquisedeque como figura daquele que havia de vir, prefiro me ater a fatos mais concretos.

      Melquisedeque é chamado de "Kohen de El' Elyon" "Sacerdote do Deus Altíssimo", isto lhe conferia autoridade espiritual sobre qualquer um que reconhecesse o Deus de Abraão como o "Deus Altíssimo", por esta razão Abraão lhe deu o dizimo dos despojos.

      Portanto, não devemos dar dízimos sob a perspectiva mosaica, pois esta é baseada em obrigatoriedade sócio-religiosa; mas reconhecendo a autoridade do Sacerdote Eterno, o Senhor Jesus Cristo, e a importância da expansão do Reino do Deus Altíssimo, possamos contribuir voluntária e alegremente.

       Ser dizimista não deve ser visto como um peso, mas como um privilégio de poder contribuir para o avanço do Reino de Deus; não busco base bíblica para a obrigatoriedade dos dízimos à igreja, pois elas são facilmente refutáveis, mesmo porque não considero que a igreja tenha tal obrigação, apenas aceito como válido desde que o cristão não seja compelido pelo medo de ser taxado pelo próprio Deus de ladrão, mas pelo desejo de agradar aquele que nos chamou, contribuindo regularmente para o avanço de sua obra.      


         "no amor não existe receio; antes o perfeito amor lança fora todo medo. Ora, o medo pressupões punição, e aquele que o tem não está aperfeiçoado em amor." (1Jo. 4:18)

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